sexta-feira, 13 de maio de 2011

Motivação no trabalho

Motivação no trabalho

Por: Angieli Maros


No dia 26 de maio de 2010, o suicídio de um funcionário da fabricante de eletrônicos Foxconn, de Taiwan, ganhou lugar de destaque em jornais do mundo todo. E não era para menos: a morte do homem, de 23 anos, foi a 12ª tentativa de suicídio entre funcionários da fábrica na província de Shenzen somente neste ano. Em duas ocasiões, as pessoas que tentaram se matar, sobreviveram.

A morte do jovem, que se atirou do sétimo andar do prédio onde ficava seu dormitório, pode ter ocorrido por causa das condições de trabalho da fábrica, reportadas por vários jornais chineses como sendo desumanas. A empresa, que produz equipamentos para a Apple e a Dell, já foi notícia em 2010, quando um dos funcionários cometeu suicídio por ter perdido o protótipo do iPhone e ser espancado pelos seguranças da companhia.

Apesar da brutalidade, fatos como este não parecem ser tão espantosos na China. Dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT) revelam que o país ocupa o primeiro lugar no ranking mundial em relação ao número de mortes no trabalho, com 14.924 óbitos.

Faltam condições

Se por um lado a China é atualmente uma grande potência econômica, com um Produto Interno Bruto capaz de elevá-la à terceira maior economia mundial, por outro, o país ainda é atrasado no que diz respeito às condições de trabalho. Hoje, o trabalho na China está praticamente livre de encargos sociais, as jornadas são de seis dias por semana, as férias são de apenas sete dias por ano e não há subsídio de férias nem o 13º salário, diferente do que ocorre em nosso país.

No Brasil, a fundação da Justiça do Trabalho em 1939 – durante o governo de Getúlio Vargas – levou à criação, no dia 1 de maio de 1943, da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que é a principal norma legislativa brasileira referente ao direito do trabalho. Além de regulamentar as relações trabalhistas, tanto do trabalho urbano quanto do rural, a CLT tem o poder de garantir ao trabalhador as condições mínimas para um trabalho digno e justo.



Satisfação e motivação

Todos nós sabemos que carteira assinada, estabilidade, reconhecimento e valorização das atividades são velhos sinônimos de prazer no emprego. Mas hoje, no entanto, satisfação para o trabalhador não é apenas isto. Fatores como um ambiente propício, higiene, segurança, organização, envolvimento e capacitação do trabalhador, entre outros, contribuem cada vez mais para a obtenção de melhores resultados no trabalho.

De acordo com Cláudia Basso, professora de planejamento e orientação de carreira do departamento de Psicologia da UFSC, satisfação no emprego pode ser, muitas vezes, garantia de motivação. “Se o trabalhador se sentir satisfeito com seu trabalho, ele também se sentirá motivado, e verá nas suas atividades um sentido, uma utilidade, uma funcionalidade tanto para si próprio quanto para a empresa. Satisfação no trabalho é um estado emocional prazeroso”, diz.

Cláudia também explica que o papel do trabalhador para moldar um bom ambiente de trabalho é tão importante quanto o da própria empresa. “O papel da empresa é fundamental na promoção da satisfação dos funcionários no trabalho, a começar pela estruturação do ambiente, pelo reconhecimento do trabalhador, pela compreensão da empresa em ver seu funcionário como ser humano. Mas não basta simplesmente, o que muitas empresas fazem, realizar palestras sobre motivação ou levar os funcionários para atividades fora da empresa. Isso num primeiro momento até pode causar algum impacto, mas não resolve o problema da insatisfação, que está na estrutura do trabalho. Dessa forma, é preciso que a empresa tenha um olhar para dentro dela e possa perceber o que está acontecendo e que modificações podem ser feitas, por isso que ouvir os funcionários num clima de cooperação, sem "marcação", contribui significativamente para isso”, finaliza.

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